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Resíduos de Serviços de Saúde
Gostaria de saber se está correto o armazenamento de perfuro cortantes em caixas de descarpak(papelão)
Atenciosamente
Idarley
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Enviada por , em 26/01/2005
Resíduos de Serviços de Saúde - Coletor de papelão
Idarley:
Descarpack, até o momento é o mais seguro e utilizado recipiente para perfuro cortante, e até mesmo para o descarte.
Nelson Behrend Rodrigues
Ass. de Gestão de Pess. Seg. e M. Ambiente.
Nucleo de Higiene e Saúde Ocupacional
Mailto: nelson@copesul.com.br
Fone : 0xx514576478
Fax : 0xx514576053
Respondida por Nelson Behrend, em 27/01/2005
Resíduos de Serviços de Saúde - Coletor de papelão
Saúdo a todos !!
Prezado companheiro Idarley e os demais : trata-se de um sucesso de "marquetingue" essas tais caixas na medida em que sua denominação virou "marca notória" ...Nada demais....
Vamos , então , pensar: as normas , incluindo a fresquíssima 306 /04 sempre disseram: "Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente, ...., em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa...."
Portanto podemos concluir que.....que ....nunca foram adequados e que nunca houve qualquer referência a este tipo de material e muito menos que a cor teria que ser amarela...Podem procurar em qualquer norma jurídica que fale do assunto....
Saudações.
Paulo Roberto Rebello
Respondida por Paulo Rebello, em 27/01/2005
Resíduos de Serviços de Saúde - Coletor de papelão
Saudações...
Seguindo o seu raciocício, colega Paulo Rebello, qualquer que compreendesse tais características seria adequado, certo???
Abrimos o leque para bombonas, garrafas pet, recipientes plásticos de achocolatados, etc... Retrocesso??? não sei... penso nas instituições que não dispõem de verba para investir na compra de "caixas adequadas", etc, etc...
Se não existe norma coercitiva... o que não é proibido é permitido...
Resíduos de Serviços de Saúde - Coletor de papelão
Saúdo a todos e em especial o companheiro Nelson:
O amigo está fazendo uma afirmação que reflete vossa opinião, claro!, porém todos nós gostaríamos que fornecesse a fundamentação científica , com as referências bibliográficas, para que pudéssemos ler e refletir a respeito pois diante da firmeza de sua frase poderei até mesmo rever meus conceitos a respeito do que seja um recipiente "resistente a cortes e puncturas, impermeável.." , etc , etc. Repito que não há nenhuma NORMA JURÍDICA brasileira que configure estes coletores. É interessante ressaltar que a ABNT faz "recomendações" e que se o legislador entender que TODOS devem adotá-las deverão ser transformadas em DISPOSITIVO LEGAL , ou seja , gaanhar formato de lei, resolução, decreto, portaria, enfim.
Outra humilde
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sugestão é que devemos ter muito cuidado com uso de "marcas" para denominar determinados produtos ...Modess, Gilete, Gelko, Aspirina,p.ex., são marcas mas o hábito popular deu notoriedade ao absorvente higiênico, à lâmina de barbear e por aí vai...
Coridias saudações.
Paulo Roberto Rebello - médico
Respondida por Paulo Rebello, em 31/01/2005
Resíduos de Serviços de Saúde - Coletor de papelão
Idarley
Bom dia
Os resíduos perfurantes, cortantes, escarificantes ou dilacerantes devem ser acondicionados em embalagens rígidas o suficiente para eliminar a ocorrência de uma destas ações e não sofrer dano físico pela ação de líqüidos contidos nos próprios resíduos ou que possam alcançar a embalagem alterando a rigidez nominal e operacional dela.
Uso para esta finalidade a embalagem da empresa Descartak que é confeccionada em plástico rígido e que atende ao disposto na RDC ANVISA 306/2.004 e na ABNT/NBR 13.853:1.997.
Atenciosamente
Humberto Marques Tibúrcio
Centro Mineiro de Hormônio e Imunologia Ltda
br>Avenida Brasil, 673 - 30140.001 - Belo Horizonte - MG
(31) 3274 4663 - (31) 3274 4977 - cmhi@cmhi.bio.br
Respondida por Humberto Tibúrcio, em 31/01/2005
Resíduos de Serviços de Saúde - Coletor de papelão
B-R-I-L-H-A-N-T-E Rose a sua conclusão!!!!!!!
Alguns torcem o nariz porque "não fica bonitinho" , outros falam que há norma da ABNT, E-N-F-I-M , a norma LEGAL fala de "resistente...blá-blá-blá..." não é ???? Então : lata metálica vazia , de leite em pó p.e.x, pode ? Claro que pode ! Bombonas de gel para ultra-sonografia ? Pode... Garrafas pet têm plástico mais frágil que , com peso, se caírem podem partir e espalhar pelo chão....Foi o que me disseram , quem teve essa experiência ruim.
Rose já aconteceu de "reclamarem" formalmente que o hospital "x" não adquiria tais "yellow boxes" e aí disse que nada poderia fazer pois não são previstas "em normas legais" e aí .....imagine o que disseram a nosso respeito(risos)
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. Chegamos em hosptais em perguntamos pq jogam pérfuro-cortantes nos sacos plásticos..."Pq não temos coletores apropriados " .E quais são ? pergunto..A resposta ? Blá-blá-blá....( risos).
Por fim é importante lembrar que qualqquer que seja o coletor DEVE SER DEVIDAMENTE IDENTIFICADO . Sugestão , que deve ser mais em conta , fazer adesivos com o símbolo de risco biológico mais o nome "pérfuro-cortante" .
RETROCESSO ?!?!?!?!?!? Porque Rose ? Isso é avanço ! Profissionais precisam ser dinâmicos e estudar todo dia , nem que seja meia hora, incluisive sobre as normas, refiro-me às legais, incluindo as dos Conselhos Profissionais, as dos Sindicatos, artigos científicos , etc.
Por fim a norma legal, nesse caso, não é corecitiva mas sim padronizadora pois ela estabeleceu qual é o tipo de coletor mas não diz qual é, p.ex, a matéria prima que deve ser usada para confeccioná-lo, certo ? Outro ex.: se a normas fala que a parede deve " lisa, impermeável, sem soluções de continuidade, resistente aos desinfetantes", p.ex., não falou de qual tipo de revestimento deve ser, certo ? Pode ser de tinta epóxi? Pode ser tinta de navio? Pode...Desde que atenda Às exigências...Pode ser de azulejos? Claro que não ! Tem soluções de continuidade, certo ? Creio que está claro...
Saudações.
Paulo Roberto Rebello
Respondida por Paulo Rebelo, em 31/01/2005
Resíduos de Serviços de Saúde - Coletor de papelão
Saudações aos amigos:
Acredito que com as especificações bem claras da RDC 306/04, conforme mencionado pelo Dr Paulo, realmente qq recipiente que atenda aos pré requisitos, não podem ser rejeitados numa inspeção...
Porém, sejamos auto críticos de não utilizar , por exemplo, um frasco/recipiente pintado de azul com vermelho e bolinhas roxas,...
No laboratorio onde atuo, utilizamos potes plásticos ( do mesmo tamanho, cor e sem os devidos rótulos, com identificação padronizada, previamente sanitizados,...) para algodão;Usamos também , bombonas vazias das soluções de desisnfecção de superfície ( hipoclorito de Sódio 1%) para descarte dos perfuros, entre outras medidas alternativas, já que o órgão não tem dinheiro para comprar materiais caros!!!
Se utilizamos bom senso, identificação padronizada e de acordo com à
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Norma, tamanhos apropriados, podemos reduzir custo de 02 maneira: Na compra dos recipientes e na redução de geração de resíduos...
ACRESCENTANDO AO ASSUNTO:
Já que estamos falando de resíduo, aproveito a oportunidade para fazer um apelo no que se refere ao descarte de óleo utilizado em frituras domésticas:
1 - O que fazemos com a sobra de óleo da nossa casa? Normalmente descartamos na pia da cozinha mesmo, afinal é tão pouco!
Mas não é bem assim...
2- Cada litro de oleo é capaz de contaminar muitos e muitos litros de água, além do custo do tratamento desta, também aumentar concistentemente!!!!! Sugiro que as sobrinhas sejam despejadas em jardins ou vasinnhos pois este resíduo orgânico funciona com um excelente adubo!!!!!!!!
Favor comentarem à sugestão.
Atenciosamente,
Cristiane Magalhães
Respondida por Cristiane Magalhães , em 31/01/2005
Resíduos de Serviços de Saúde - Coletor de papelão
Caros colegas de lista,
estive um tempo sem escrever, mas acompanho tudo e adoro as intervenções dos colegas, principalmente as do querido amigo Paulo Rebello, afiado e certeiro como sempre... A história, ou melhor, a novela das caixinhas já vem de longa data e teve passagens absurdas, como por exemplo a explicação do porque são amarelas, e os momentos de pressão explícita na elaboração da norma, inicialmente uma norma do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e depois da ABNT, que tornaram e famigerada caixinha praticamente compulsória (sempre tem alguém para lembrar do art.8 do código do consumidor que exige que os produtos atendam normas nacionais, quando estas existirem)... Hoje, já são oferecidos no mercado brasileiro coletores importados que são de plástico
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e funcionam decentemente. Por ironia, uma das empresas que vende esse produto "especial" é a mesma que, no passado, impôs as regras das caixinhas picaretas na ABNT, inclusive a cor amarela, pois era a cor do produto que ela já tinha no mercado (alguns concorrentes usavam branco, como no saco e a empresa "x" não aceitou mudar, mesmo que no Brasil a cor padrão fosse branco). O incrível é que o argumento era de que no Brasil não adiantava fazer coisa melhor já que não venderia. O fato é que só no Brasil se usa papelão! Não existe nenhum pais desenvolvido no mundo que permita coletores de papelão (me ajude por favor quem souber de um caso!). Já por aqui, as caixinhas são "exigidas" por norma, existe até a necessidade de registro no Ministério da Saúde, o que, infelizmente, não garante nada em termos de qualidade. Quem já acompanhou o trabalho dos coletores de RSS nas cidades em que o serviço é feito manualmente pode ver as situações mais incríveis, sacos que viram verdadeiros porcos espinhos! Acontece que enquanto estão nas bancadas ou em trânsito dentro dos hospitais, as caixinhas ainda resistem e parecem ser suficientemente seguras. Depois de estocadas em locais úmidos, embaladas em sacos com outros resíduos (mais umidade) e ficarem soterradas sob pilhas de sacos de lixo pesados, viajando por dias e e centenas de quilômetros, como acontece cada vez mais Brasil afora, o que os operários que descarregam os carros de coleta e operam os equipamentos de tratamento ou aterros encontram são verdadeiras armadilhas camufladas nos sacos de lixo branco. Como muito bem escreveu a colega Rosemere Carrareto quando grafou "caixas adequadas", assim mesmo, com aspas, e me fez pensar se estas seriam mesmo para as instituições "privilegiadas" que teriam recursos para investir em segurança... Primeiro, relembro que nos hospitais realmente endinheirados, faz tempo já não se usam caixas de papelão e sim coletores de plástico, importados, que seguem normas de segurança européias e norte americanas, as quais nem prevêem a possibilidade de se fabricar coletores de papelão. Segundo, porque segurança não é apenas questão de dinheiro, mesmo sabendo que muitos morrem nesse país por falta de recursos, eu ainda acredito que muito se pode fazer com conhecimento e dedicação, frutos da educação e valorização dos profissionais. Para quem tiver esses recursos, o dinheiro curto poderá ser até melhor gasto. As melhores soluções que eu vi nos últimos anos para pérfurocortantes foram as divulgadas pelos projetos da OMS para países pobres na África e Ásia, inclusive um concurso mundial para dispositivos de descarte de seringas e um estudo, também mundial, para avaliação dos dispositivos de destruição de agulhas do mercado. Resultado? Muitos equipamentos caros e sofisticados solenemente reprovados e sistemas caseiros como um sistema para derreter seringas, no próprio hospital e com total segurança, em fogões comuns, desses que temos em casa. Outro que impressionou muito foi um forno solar para derreter seringas em comunidades onde não existe fogão a gás. Custo? Zero, só materiais reciclados. Imaginação? Isso o brasileiro tem de sobra, seja para enganar os trouxas que compram qualquer porcaria (boa fé também é uma qualidade do brasileiro... rs) seja para criar soluções alternativas com latas de Nescau, garrafas pet, latas de óleo de cozinha (daquelas de hospital, com 18 litros) e bombonas de detergente (20 litros, ou mais). Produtos seguros, baratos e em vários tamanhos! Ah! Não esqueçam a identificação de segurança! Versão caseira, reproduzida em copiadora e colada com durex (ooops, Paulo, desculpa a marca comercial, melhor fita adesiva) nos respectivos coletores. Depois é só pedir a certificação da iso 9000... rs! Aliais, por falar em iso, tem hospitais e laboratórios que se dizem preocupados com segurança e meio ambiente, mas usam caixinhas de papelão sem saber que estão pondo em risco funcionários das empresas coletoras e de tratamento e que existem alternativas muito melhores e ecológicas... no seu próprio lixo!
saudações a todos!
Vital Ribeiro CVS-SES-SP
Respondida por Vital Ribeiro, em 02/02/2005
Resíduos de Serviços de Saúde - Coletor de papelão
Bom dia a todos!
Aproveitando esta discursão, gostaria de saber se estas caixas devem serem descartadas todos os dias, mesmo que não estejam completamente cheias, ou seja até a marca de segurança.
Onde posso encontrar algo que me dê respaudo sobre isso?
Francisco Lobato
Respondida por Francisco Lobato, em 02/02/2005
Resíduos de Serviços de Saúde - Coletor de papelão
Cara Cristiane Magalhães,
foi bom você ter lembrado do óleo de cozinha usado. Não é comum as pessoas se darem conta de que esse é um resíduo complicado, que requer cuidados. Não estou certo se a legislação brasileira o classifica como resíduo perigoso mas certamente, nas normas de esgoto está bem claro que é proibido o seu descarte na pia ou outro aparelho sanitário ligado à rede pública coletora de esgotos ou de águas pluviais. Além disso é obrigatória a instalação de caixas de gordura em todas as pias de cozinha, sejam domiciliares ou de restaurantes e hospitais.
No esgoto, o óleo de cozinha se mistura com água e se solidifica. Se tiver caixa de gordura, ficará retido nela, até que
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a preencha toda e, se não for removido, começará a entupir os canos. Se não tiver caixa de gordura, a instalação irá sofrer de uma espécie de arteriosclerose pela gordura acumulada nas paredes dos tubos.
Jogar no jardim pode ser uma boa alternativa nas nossas casas. Embora os manuais de compostagem (processo de transformação de resíduos orgânicos em composto para uso em jardins e outras culturas) recomende que não se misture óleo usado aos resíduos compostáveis eu, que faço compostagem na minha casa a muitos anos, já notei que não ha problema, ao menos com quantidades pequenas de óleo e resíduos ricos em carbono, tais como folhas secas e cascas de frutas. Enterrar no jardim deve ter o mesmo resultado.
Já no hospital, a recomendação mais correta seria enviar o óleo usado para reciclagem. Já soube de alguns hospitais que acumulam o óleo para ser depois retirado por indústrias de cosméticos (nome chique para fábrica de sabão... rs). Esse é um destino nobre para um resíduo altamente poluente, de difícil degradação e altíssima DBO.
Aproveito o embalo para provocar os colegas com um problema semelhante ao do óleo usado. Alguém na lista tem uma boa solução para a gordura retirada nas cirurgias de lipoaspiração? Este é um problema sério, ela não pode ser descartada no esgoto, já atendi dois casos de hospitais que tiveram entupimentos nas redes por esvaziar os aspiradores em cubas de despejo dos expurgos. Fazer sabão certamente seria o ideal, acredito que os microorganismos, patogênicos ou não, não resistiriam ao choque de pH, afinal no processo é adicionada soda caustica e calor... Essa solução criativa não é idéia minha, foi tirada de um filme chamado "Clube da luta" (apesar do nome, é um filme quase intelectual... rsrsrs), quem assistiu deu muitas risadas com essas cenas... Mas sério, esse tipo de resíduo deve ser considerado grupo A e não pode ir pelo esgoto. Também não dá para acondiciona-lo em sacos brancos e me parece que a maioria dos hospitais não usa aspiradores com reservatórios descartáveis (o que facilita muito o manuseio). Acho que temos como maior problema a parte de transferir o líquido do aspirador para outro recipiente, sem expor o profissional aos respingos, derramamentos ou acidentes e também precisamos pensar na escolha de uma forma de acondicionamento minimamente resistente e razoavelmente barata (se possível reciclada). Alguma idéia?