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Imunizações
Olá amigos listeiros!
Tudo bem?
Tenho uma dúvida que quero dividir com vocês.....gostaria se possível de ajuda...peço as placas ( risos) ...universitários..enfim, quem puder me dar uma informação com embasamento científico...se possível!
Alguém sabe se eu posso encaminhar um funcionário que seja portador de HEPATITE C( em tratamento) imunizar-se pela TRIPLICE VIRAL???????
Existe alguma contra-indicação??? Fico com receio pela doença de base...no caso a Hepatite....
Enfim, aguardo uma " luz" .
Abraços
EnfªMarielly Herrera*
Marielly Herrera Gonzalez
Enfermeira do Controle de Infecções Hospitalares
Gastro Clínica Unidade Hospitalar
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Enviada por , em 28/10/2004
Imunizações - Tríplice viral
Cara Marielly,
segundo o Manual de Normas de Vacinação. 3.ed. Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde; 2001 72p., as contra-indicações para a Vacinação com Tríplice Viral são:
"11.6. Contra-indicações:
a) Antecedente de reação anafilática sistêmica após a ingestão de ovo de galinha.
Entende-se por reação anafilática sistêmica a reação imediata (urticária generalizada, dificuldade respiratória, edema de glote, hipotensão ou choque) que se instala habitualmente na primeira hora após o estímulo do alérgeno (ingestão de ovo de galinha, por exemplo).
b) Gravidez.
c) Administração de imunoglobulina humana normal (gamaglobulina), sangue total ou plasma nos três meses anteriores.
Notas:
1) Não são contra-indicações: vacinação recente contra a poliomielite, exposição recente ao sarampo, caxumba ou rubéola, história anterior
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de sarampo, caxumba ou rubéola e alergia a ovo que não tenha sido de natureza anafilática sistêmica.
2) Caso ocorra a administração de imunoglobulina humana normal, sangue total ou plasma nos 14 dias que se seguem à vacinação, revacinar três meses depois.
3) As mulheres vacinadas deverão evitar a gravidez por 30 dias após a aplicação". (pagina 41)
No Manual de Procedimentos para Aplicação de Vacinas constam, nas páginas 120 e 121, as seguintes contra-indicações gerais à vacinação:
"Fatores de ordem geral podem ser considerados como possíveis contra-indicações comuns à administração de todos os imunobiológicos. As situações específicas relacionadas a cada produto em particular vão estar citadas na descrição de cada vacina.
Uma contra-indicação geral para todos os imunobiológicos é a ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática) após o recebimento de qualquer dose. Também é considerada contra-indicação história de hipersensibilidade aos componentes de qualquer dos produtos.
Observações:
- A ocorrência de febre após a administração de uma vacina não constitui contra-indicação à dose subseqüente.
- Quando ocorrer febre administrar o antitérmico comumente utilizado.
Para as vacinas de bactéria atenuada ou de vírus vivo atenuado considerar como contra-indicações:
- a presença de imunodeficiência congênita ou adquirida;
Observação:
- A criança infectada pelo vírus da imunodeficiência humana HIV pode receber todas as vacinas previstas no esquema básico de vacinação.
- a presença de neoplasia maligna;
- a vigência:
- de tratamento com corticóides em dose imunossupressora (equivalente à predinisona na dose de 2 mg/kg/dia, para criança, ou de 20 mg/dia, para adulto, por mais de uma semana);
- de outras terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, radioterapia, etc.); e
- a presença de gravidez, exceto quando a gestante estiver sob alto risco de exposição a algumas doenças virais imunopreveníveis, como, por exemplo, a febre amarela e a poliomielite.
1.2. Situações que indicam o adiamento da vacinação
O adiamento da vacinação é recomendado em situações muito específicas, como, por exemplo, quando do tratamento com imunodepressores ou com corticóides em dose imunossupressora. Neste caso agendar a vacinação para três meses depois do final do tratamento.
Essa recomendação tem como justificativa:
- para as vacinas de vírus vivos há um possível risco de disseminação do vírus vacinal;
FUNASA - agosto/2001 - pág. 121
- para as vacinas de componentes mortos ou inativados há a possibilidade de não ocorrer resposta imunogênica; nesse caso quando, de qualquer forma, a vacina for administrada agendar a revacinação;
A administração de vacinas deve ser evitada, ainda, durante a evolução de doenças agudas febris graves, principalmente para que seus sinais e sintomas não sejam atribuídos ou confundidos com possíveis efeitos adversos relacionados à vacinação. (pág 120 e 121)
No capítulo refernte à Tríplice Viral, do mesmo manual, constam ainda na página 149:
"Contra-indicação:
A vacina é contra-indicada nas situações gerais referidas na introdução desta Parte do Manual e, também, para pessoas com história de reação anafilática após a ingestão de ovo.
Para pessoas que estão fazendo uso de imunoglobulina, sangue total ou plasma no momento da vacinação ou que fizeram uso nos últimos três meses ou, ainda que vão fazer uso destes produtos nos próximos 15 dias a partir do recebimento da vacina, há uma contra-indicação temporária.
Observações:
- Essa recomendação tem como justificativa a possibilidade de não ocorrer resposta imunogênica, pela interferência de anticorpos existentes nestes produtos.
- Quando a vacina for administrada nestas circunstâncias agendar a revacinação."
Com base nestas informações e analisando a situação específica do paciente, você estará apta a decidir ou não pela vacinação.
Estes manuais estão disponíveis na íntegra em www.saude.gov.br, Secretaria de Vigilância em Saúde/ Imunizações/ Publicações.
Espero tê-la ajudado.
Wálria Toschi
Núcleo de Planejamento e Epidemiologia
HMFST/SMS-Rio
Respondida por Wálria Toschi, em 29/10/2004
Imunizações - Tríplice viral
Wálria Toschi ...........
Muito obrigaaaaaaaaaaaaaaaaaaada!!!
Com este excelente embasamento científico me sinto mais segura para optar pela vacina para o colaborador que é portador de Hepatite C.
Agradeço muito....
Abraços
EnfªMarielly
(Gastroclinica Unidade Hospitalar-São José dos Campos/SP)