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Resíduos de Serviços de Saúde
Prezados Amigos da Lista
Com relação à esterilização de bolsas de sangue para descarte após o vencimento:
Na RDC 33, há citação de esterilização a um nível de inativação III (citado inativação de 4 log 10 de esporos de B. stearothermophilus ). Gostaria de saber exatamente na prática como podemos avaliar este nível de inativação. E se o procedimento for por autoclavação, é o padrão, isto é 15 min a 121 para desinfecção. As bolsas plástica podem ser submentidas diretamente à autoclavação, sem perigo de romperem ? Alguém tem experência prática com este procedimento?
Aguardo ajuda dos "univerítários e placas" mais... rs Adorei Mariely!!
Liliana
Liliana Junqueira de P. Donatelli
Consultora de Biossegurança Cristófoli
Bióloga CRB 18469/01-D
Mestranda em Saúde Coletiva FMB-UNESP
tel 0 XX- 14-32241003 cel - 0 XX-14-9771-5273
E-mail lilianadonatelli@uol.com.br
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Enviada por , em 01/11/2004
Resíduos de serviços de saúde - Bolsas de sangue após vencimento
Oi Liliana
Já conseguiu sua resposta?
VOu checar para vc com o Banco de Sangue caso não tenha a informação..ok?
Abraços
Enfª Marielly*
P.S - COntinue pedindo " as placas e os universitários" se estiver com dificuldade..risos
Respondida por Enfª Marielly, em 11/11/2004
Resíduos de serviços de saúde - Bolsas de sangue após vencimento
Acredito que as bolsas não rompam. Minha preocupação é outra: a temperatura vai chegar dentro de todas as bolsas?
Provavelmente a bolsa não será autoclavada sozinha, certo? Que tipo de autoclave é necessária para que todo o material seja efetivamente autoclavado? De que maneira fazer a validação desse material.
Não adianta autoclavar se não tivermos certeza que esse tipo de tratamento resolva o problema. Eu gostaria da opinião dos participantes.
Elvira - bioquímica - Curitiba
Respondida por Elvira, em 12/11/2004
Resíduos de serviços de saúde - Bolsas de sangue após vencimento
Oi Liliana,
Esta tendo uma grande discursão sobre a RDC33 e Conama 5 em Brasilia, pois nos que trabalhamos em Hemocentros não sabemos a quem atender. Informo a você que no dia 8 de dezembro em Belo Horizonte, o Hemominas realizará um curso sobre Gerenciamento de Resíduos. Informo a você que já existe no mercado produtos( sacos para autoclavação) que você pode utilizar para que as bolsas de sangue não estorem durante a autoclavação, a temperatura usada é 132ºC ou 150ºC durante 30m.
Espero ter de ajudado.
Gorete Matos
HEMOAM
Respondida por Gorete Matos, em 16/11/2004
Resíduos de serviços de saúde - Bolsas de sangue após vencimento
Pessoal aí vai um resumo da novela "bolsas de Sangue"
Capítulo 1
Prezados Amigos da Lista
Com relação à esterilização de bolsas de sangue para descarte após o vencimento:
Na RDC 33, há citação de esterilização a um nível de inativação III (citado inativação de 4 log 10 de esporos de B. stearothermophilus ). Gostaria de saber exatamente na prática como podemos avaliar este nível de inativação. E se o procedimento for por autoclavação, é o padrão, isto é 15 min a 121 para desinfecção. As bolsas plástica podem ser submentidas diretamente à autoclavação, sem perigo de romperem ? Alguém tem experência prática com este procedimento?
( enviado por Liliana)
Marielly respondeu direto para mim e estou repassando para
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todos:
Capítulo 2
Olá Liliana!!!
Verifiquei o descarte de bolsas de sangue vencidas com o Banco de Sangue, o nosso procedimento é o seguinte:
1 - Ter controle de vencimento das bolsas de hemoderivados ( o ideal é uma plailha)
2 - O profissional que controla isso deve separar todos hemoderivados vencidos, separá-los e colocar em outra geladeira, previamente retirar os rótulos de identificação.
3 - O material depois de ser separado nessa segunda geladeira deve ser colocado em um saco específico para autoclavação, deve ser lacrado e autoclavado por 15minutos a 121ºC.
4 - Após autoclavado, colocar em um saco de cor branca com símbolo de infectante.
5- Pronto! Problema resolvido !! risos
Qualquer informação necessária pode me pedir as placas, ok???
Abraços
Enfª Marielly Herrera
Capítulo 3 Liliana pergunta para MariellY
Obrigada pelas informações.
Gostaria de mais algumas:
Vocês fazem algum tipo de controle , monitorização de ciclo para esta finalidade? A autoclave é diferente, está situada em que local?
Qual a marca/tipo de autoclaves que vocês utilizam?
Qual a marca comercial e onde vocês compram os sacos plásticos para autoclavação
Um grande abraço
Liliana
Respondida por Liliana, em 16/11/2004
Resíduos de serviços de saúde - Bolsas de sangue após vencimento
Uma retificação: bolsas de sangue não são hemoderivados, e sim, hemocomponentes. Hemocomponentes são obtidos através de processos físicos, como: centrifugação, congelamento, etc.
Hemoderivados são obtidos através de processos físico químicos. É o caso de fatores de coagulação, albumina, etc.
Elvira-bioquímica-Curitiba
Respondida por Elvira, em 18/11/2004
Resíduos de serviços de saúde - Bolsas de sangue após vencimento
Caros colegas de lista,
apenas entre as mensagens enviadas, vemos citadas 3 ou 4 combinações de tempos e temperaturas para autoclavação das bolsas. Sei que muitos dos companheiros de lista conhecem bastante sobre o funcionamento das autoclaves. Em resumo, altíssima letalidade quando existe o contato do vapor com os microorganismos e um desempenho precário no tratamento de materiais de densidade. Porque isso acontece? O vapor saturado armazena uma grande quantidade de energia térmica potencial que é despejada em qualquer coisa que entre em contato e esteja a temperatura menor. Quando o microorganismo estiver abrigado, a ação deixa de ser por contato e passamos a contar com outro tipo de mecanismo, a indução. Assim como nas estufas, o efeito de indução
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acontece quando o calor precisa ser transmitido, seja através do ar, seja no próprio material, para atingir o interior da massa. O tempo de ação, nesse caso é uma função da massa e da condutividade térmica dos materiais. Como o processo absorve energia, a energia disponível também se torna variável. Se considerarmos outros fatores como embalagens e presença de ar retido, dificultando a penetração do vapor, já perdemos de vista qualquer esperança de definir um tempo de exposição padronizado, isso sem falar nas variedades de equipamentos, operando a 121, 134, 150 graus, com ou sem vácuo, microprocessado ou não... Só isso já bastaria para levantar sérias dúvidas para as recomendações que circulam por aí... Só o Ministério da Saúde tem 4 publicações com 4 recomendações diferentes de tempos para autoclavagem de bolsas. A única vez que eu vi um teste sério, em que indicadores biológicos foram introduzidos no INTERIOR de uma bolsa (é absolutamente essencial que o indicador esteja no interior da bolsa, a que estiver na posição mais central da carga), o tempo para viragem, à temperatura de 134 graus C foi de duas horas! Como disse a Elvira, de que vale fazer por fazer? Autoclavar por 20 minutos, além da perda de tempo e energia, existe o problema do manuseio, o leva e trás, coloca e tira, especialmente a falsa impressão de segurança no manuseio pós autoclavagem, agravando o risco de exposição dos operadores e funcionários da coleta. Sempre é bom lembrar que, ainda hoje, não se tem nenhum trabalho que tenha comprovado qualquer caso, em qualquer lugar do mundo, a transmissão de doenças infecciosas por via ambiental, causada por resíduos de serviços de saúde, sem tratamento, que tenham sido dispostos em aterros sanitários (sempre faço um apelo para que, se alguém tiver uma referência nesse sentido, me avise, mas continuo sem um único caso). No entanto, existem dezenas de relatos, epidemiológicamente investigados e comprovados, de transmissão dessas doenças entre profissionais de saúde, principalmente dos serviços de higiene, de coletores de resíduos e operadores de equipamentos de tratamento, inclusive alguns (raros) que não envolveram acidentes com pérfurocortantes, mas exposição de mucosas ou inalação de aerossóis. Talvez devêssemos nos preocupar menos com o tratamento e nos concentrar mais em todas as etapas que envolvem manuseio, tais como armazenagem e transporte. Quase não se discute temas importantes como a utilização de embalagens mais seguras para transporte, ou como operar com segurança um sistema que permita dispor essas bolsas diretamente em um aterro sanitário, sem risco para os trabalhadores que são, de fato, os principais, e provavelmente os únicos, realmente expostos à algum risco. É preciso decidir com mais racionalidade, com base em evidências científicas.
Infelizmente parece que racionalidade não é o forte dos processos de definição das políticas ambientais no Brasil. Quem quiser conferir veja o resultado de um ano de discussões no CONAMA para revisão da resolução 283/2001 sobre RSS. Na minha opinião, aconteceu o pior. Por conta da intransigência de um grupo que não quis abrir mão da obrigatoriedade do tratamento dos RSS do grupo A, e teimou em manter a inclusão da maior quantidade possível de resíduos classificados como perigosos, não se chegou a um consenso e foram encaminhadas duas propostas. Resultado? A Câmara Técnica fez como Salomão, juntou as duas propostas e criou uma terceira... digamos que tirou a média... rs. O resultado, que será encaminhado para votação em plenária pode ser baixado no endereço: http://www.mma.gov.br/conama/processo.cfm?processo=02000.001672/2000-76
Se nada for feito, parece que teremos ainda muitos anos de discordância entre ANVISA e CONAMA, muitos anos de atraso e desperdício. Num país que convive com os lixões, cheios de animais e de crianças catando lixo para comer, mais do que uma irresponsabilidade, é um crime desperdiçar recursos impondo a obrigatoriedade do tratamento dos resíduos infectantes (somos mais exigentes que Estados Unidos e países europeus!). Esse tipo de tratamento será feito, a duras penas, por no máximo 5 % dos municípios brasileiros, enquanto os restantes serão condenados a ilegalidade, sem pesquisas, sem linhas de crédito, sem iniciativas governamentais, ou qualquer outro benefício que os investimentos em saneamento utilizando tecnologias regulamentadas podem, ao menos, tentar reivindicar. Valas sépticas, células especiais ou co-disposição são, e continuarão sendo, soluções proibidas em todo o território nacional! Viva os lixões! Preparem suas autoclaves, nada mais é seguro! Afinal qualquer tipo de resíduo é perigoso quando jogado a céu aberto.
sds,
Vital Ribeiro CVS-SES-SP
Respondida por Vital Ribeiro, em 19/11/2004
Resíduos de serviços de saúde - Bolsas de sangue após vencimento
Prezado Vital e Colegas de lista
Como sempre os seus comentários são bastante pertinentes e esclarecedores.
O meu questionamento a respeito destes tempos foi pensando nestas questões. E ainda, imagine o risco operacional na manipulação durante a monitorização permanente do ciclo introduzindo o bioindicador dentro da bolsa! A respeito deste teste gostaria de maiores detalhes, se foi publicado, etc.
Com relação à legislação fico feliz com as suas colocações, pois também compartilho com elas. De que adianta ter uma lei morta, sem possibilidade de execução? Sem infra-estrutura para ser cumprida. Na RDC 33 Há a citação do grau de inativação dos microorganismos, mas como consegui-la?Quais publicações do MS que contemplam as diferentes indicações para tempo/temperatura de autoclavação das bolsas?
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Já pensando nos diferentes ciclos e tipos de autoclave, este problema poderia ser solucionado, caso houvesse um teste padronizado que tivesse um determinado grau de confiabilidade. Por exemplo aumentando o desfio para um determinado indicador químico de fácil leitura, um classe 5 ou classe 6, e comparando com a inativação do indicador biológico dentro das bolsas de sangue. É uma Idéia para um trabalho científico... Alguém se habilita? Talvez a sua publicação derrube a lei!!!!!
Nós como fabricantes de autoclaves, gostaríamos de ter uma resposta para orientar nossos clientes, e nos preocupamos em pesquisar pois entendemos que faz parte do nosso papel. É uma pena que tenhamos que fazer uma indicação para cumprir uma legislação com aplicabilidade duvidosa...
Muito obrigada a todos que tem respondido à minha questão. Acho que ainda vai dar pano para manga e para o resto do vestido também...
Liliana
Liliana Junqueira de P. Donatelli
Consultora de Biossegurança Cristófoli
Bióloga CRB 18469/01-D
Mestranda em Saúde Coletiva FMB-UNESP
tel 0 XX- 14-32241003 cel - 0 XX-14-9771-5273
E-mail lilianadonatelli@uol.com.br
Respondida por Liliana J Donatelli, em 23/11/2004
Resíduos de serviços de saúde - Bolsas de sangue após vencimento
Fernandópolis-SP, 19 de novembro de 2004.
SALVE A BANDEIRA NACIONAL E SALVE TAMBÉM A BANDEIRA DEFENDIDA PELO COLEGA VITAL. RIBEIRO.
LUCIDEZ E COERÊNCIA EM RELAÇÃO ÀS RESOLUÇÕES ANVISA E CONAMA. CONHECIMENTO PLENO DO PORVIR, QUE ME PARECE TENEBROSO AQUI NA MINHA "POBRE" SANTA CASA QUE NÃO TEM A MÍNIMA CONDIÇÃO DE ACATAR ESSA OU AQUELA NORMA, POIS O MENOR CUSTO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS DOS TIPOS "A" e "E" HOJE ESTÁ EM TORNO DE R$-4,00 o KG., QUE TERÁ QUE SER EXPORTADO NUM "TURISMO" PERIGOSO POR MAIS DE 110 KM. NOSSO PGRSS ESTÁ PRONTO, FEITO POR MUITAS MÃOS E CABEÇAS PENSANTES, APÓS DISSECARMOS AS RESOLUÇÕES, NO PAPEL ESTÁ TUDO BEM, E A EXECUÇÃO COMO FAREMOS?
OBRIGADO VITAL, PELA REFLEXÃO DO
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REAL ESTADO DA QUESTÃO RSSS.
UM FORTE E FRATERNO ABRAÇO, QUE O NOSSO MESTRE MAIOR CONTINUE A TE INSPIRAR E A ILUMINAR O TEU SABER IRRADIANTE.
ELENIR PAULA ANTUNES DE LIMA - TST
SANTA CASA DE FERNANDÓPOLIS